terça-feira, 12 de julho de 2016

Quebrando barreiras: Manequins acima do 50 também são Plus Size

Mesmo dentro do mundo Plus Size, Modelos ainda enfrentam barreiras e preconceito.
Isso porque até no Plus Size, as modelos encontram uma padronização, sendo que manequins 44,46 e 48 ainda são preferência de marcas e castings.
O mesmo mercado que diz lutar contra preconceitos e paradigmas, investem e apostam em modelos tamanhos menores, que levam o nome de “Plus Size PP”. A justificativa, que muito estranha por sinal, diz que as pessoas  não se identificam com uma modelo muito gorda.
Lendo matérias, e comentários em redes sociais, descobri que não é bem assim que as pessoas enxergam, e sim que é uma adequação do mercado para que as roupas fiquem digamos que comercias.
Pensando em tudo isso, o Blog Realiza fez uma bate papo com 3 belíssimas mulheres, que também são modelos, para que elas nos contassem um pouco de suas rotinas e as dificuldades de aceitação do mercado.

As Gatas Reh Silva, Mayara Gomes e Gabriele Zaquine deram algumas dicas e falaram um pouco de sua trajetória. 
Confira...


Nome: Mayara Gomes
Idade:27
Manequim :52

Como você conheceu o mundo Plus Size?

Conheci através do concurso de Miss da agência Lúmega que minha amiga me marcou, e resolvi me inscrever. 

Já sofreu ou sofre algum tipo de preconceito  ou discriminação? 

Diversos! 
Sabe aquela musiquinha "gorda baleia, saco de areia, comeu banana podre morreu de caganeira"? Tenho ela na cabeça até hoje, de tanto que ouvi. Sofro preconceito desde pequena. No meu meio familiar escuto muito a frase "nossa você é linda de rosto, por que não faz uma dieta? "
Loja de roupas é meu pesadelo, a vendedora já olha estranho quando falo meu manequim. 

E no mundo Plus?? Sente algum tipo de discriminação por não ser uma modelo Plus “Convencional” (46 ou 48)?

Sim, já fui reprovada em casting, já pediram pra eu emagrecer e ir pro 46 porque modelos famosas tem esse padrão. 

Você sempre se aceitou ou já brigou com o espelho e a balança? 

Brigo até hoje, mas emagrecer é uma luta. 
Já tomei remédio, fiz dieta dos pontos, mas adianta. Eu não consigo sair dos 3 dígitos, nem do manequim 50/52,e pior é que estou passando a me incomodar. Nem bota pro frio fecha por conta da minha panturrilha gigante. 

O que faz para encontrar suas roupas?

Procuro lojas que tenham minha numeração, porque até as marcas especializadas estão com preços exorbitantes. Esses dias vi uma bota sob medida para plus sizes quase 500,00,quase infartei. 

Onde você geralmente encontra?

Na Marisa e Besni. 

Na sua opinião, com o crescimento do mercado Plus Size,  o preconceito tende a diminuir? 
Acho que não vai diminuir enquanto as pessoas não se aceitarem e se respeitarem. 
Acho que falta oportunidade por meio dos responsáveis dos castings para modelos acima do 48,isso desanima muito. 

Você acha que com esse crescimento, a visão das pessoas para o atual padrão de beleza vai mudar?

Dificilmente, as pessoas tem na cabeça que magro é bonito e para ser elegante é preciso ser magro, no meio plus funciona igual, somente manequim 44 a 46 é elegante, 48 é aceitável às vezes, e quem for acima, tem que procurar a se enquadrar ao padrão imposto. 

O que você mudaria no atual cenário Plus Size?

Daria mais oportunidades à quem tanto busca uma chance, apostaria as fichas em novas caras, em todos biotiposplus, dessa forma, o público alvo iria se identificar mais. Ninguém iria se sentir excluído. 

O que você acha que está faltando para o moda Plus Size deslanchar , e se firmar de vez?

Oportunidade. As lojas, agências ficaram engessadas em caras padronizadas, sempre as mesmas, não há oportunidade para caras e corpos novos. Respeito, jamais iria desmerecer alguém por conta do manequim, afinal, meio plus size iniciou exatamente para isso, para sermos aceitas. 

























Nome: Renata Aparecida da Silva
Idade: 28 anos
Manequim : 54
  Como você conheceu o mundo Plus Size? 
Através da mídia e fui me aprofundar no assunto com uma Amiga que também é do mundo PLUS.
Já sofreu ou sofre algum tipo de preconceito ou discriminação? 
Sim,já sofri e ainda sofro,mas hoje sei lidar melhor com o preconceito.
 E no mundo Plus?? Sente algum tipo de discriminação por não ser uma modelo Plus “Convencional” (46 ou 48)? 
sim e muito pois eles ainda esconde uma modelo Plus,pra mim 46 e 48 não é Plus e nem gorda , no mundo Plus é igual a sociedade todos fingem que se ama e que ama ser gordas mais na verdade só mostram mulher de corpão e não realmente a beleza das mulheres grande que somos.
Você sempre se aceitou ou já brigou com o espelho e a balança?  
Já briguei muitas vezes,inúmeras delas deixei de sair por não me aceitar e achar que toda roupa não ficava bem em mim,já me fechei no meu mundo e perdi muito tempo,até que comecei olhar a vida com outros olhos e me amar como eu sou.
 O que faz para encontrar suas roupas? 
Hoje tem lojas Plus muito caras,procuro sempre as mais baratas e as que tenham roupas lindas ,já que muitas das lojas acham que porque somos gordas temos que vesti coisas horríveis,que não está na moda e muitas das vezes compatível com a nossa idade.
 Onde você geralmente encontra?
 Poucas lojas a onde moro tem roupas para PLUS,eu sempre compro com vendedoras autônomas,porém é mais caro.
Na sua opinião, com o crescimento do mercado Plus Size, o preconceito tende a diminuir?`
 Não.O preconceito sempre haverá,embora se todas as pessoas Plus se aceita-se e ajuda-se mostrar que Plus também é humano talvez mostraríamos mais o nosso valor e conseguiríamos mais espaço,mas preconceito infelizmente vai existir sempre,mas somente com um determinado espaço conseguiríamos mais respeito.
 Você acha que com esse crescimento, a visão das pessoas para o atual padrão de beleza vai mudar?
 Podem sim respeita e as vezes admirar,mas mudar a visão no modo geral eu acredito que não .
 O que você mudaria no atual cenário Plus Size?
 Numeração pra mim Plus é do 50 á cima,só vejo 46 e 48 em todos os lugares e começaria mostra a realidade é não o que eles querem vê.
 O que você acha que está faltando para a moda Plus Size deslanchar , e se firmar de vez?
 Eu particularmente acho que falta muitas coisas para a moda PLUS SIZE se afirmar,falta uma evolução de moda,pois muitas das vezes não encontramos muitas opções de roupas e ai acabamos comprando o que tem para assim ter roupas,claro que esse mundo vem crescendo,mas falta opção e as que tem são caras.







Nome: Gabriele Clemente Zaquine de Souza    
Idade: 21 anos
Manequim :50/52

1-      Como você conheceu o mundo Plus Size?
Em 2012, fui apresentada ao mundo plussize, quando minha mãe me inscreveu em um concurso de miss Juiz de Fora.

2-      Já sofreu ou sofre algum tipo de preconceito ou discriminação?
Já sofri no meu ensino fundamental e médio. No ensino médio tive até que trocar de turma pois me jogavam bolinha de papel com cuspe, caneta, me chamavam de dragão, entre outros apelidos nada agradáveis.

3-      E no mundo Plus?? Sente algum tipo de discriminação por não ser uma modelo Plus “Convencional” (46 ou 48)?
Já sim. Uma vez me contrataram para fazer uma campanha de verão e quando cheguei eles disseram que eu não estava dentro dos padrões, pois eles só trabalhavam até o 48.

4-      Você sempre se aceitou ou já brigou com o espelho e a balança?
Quando era mais nova era uma briga constante, não me aceitava, mas também não fazia nada sério para mudar o que não gostava. Entrava na academia e ficava uma semana. Com meu amadurecimento, aprendi a me aceitar e me amar do jeito que eu sou, mas como somos mulheres e nem sempre estamos satisfeitos com o que temos, ainda quero modificar algumas coisinhas.

5-      O que faz para encontrar suas roupas?
Geralmente compro na internet, às vezes vejo algum modelo, compro o pano e peço para uma costureira confeccionar ou pego como pagamento da loja que fotografo.

6-      Onde você geralmente encontra?
Em preços mais acessíveis é na posthaus, ou quando estão fazendo troca de coleção. Uma vez consegui pagar 45 reais da juliaplus na troca de estação, sendo que ela custava mais de 200. Tem um container (sim, um container) em um posto de gasolina perto da minha casa que vende roupas lindas e acessíveis, comprei um vestido BAFO por 80,00 e um macaquinho lindinho por 59,00.

7-      Na sua opinião, com o crescimento do mercado Plus Size,  o preconceito tende a diminuir?
Infelizmente eu acredito que não diminuirá, pois as pessoas consideradas normais perante a sociedade, não aceitam bem as que são gordas. Acham que somos gordos porque queremos, que não temos saúde, mas nem sempre é assim. Enquanto esses “normais” não entenderem que gordos são pessoas normais, e não aberrações, nem motivos de brincadeiras de mal gosto, esse preconceito não vai acabar.

8-      Você acha que com esse crescimento, a visão das pessoas para o atual padrão de beleza vai mudar?
Elas verão que todos tem o seu espaço, ninguém precisa menosprezar, ridicularizar ninguém pra conquistar seu espaço e o respeito dos demais.

9-      O que você mudaria no atual cenário Plus Size?
Colocaria modelos gordas de verdade, que tivessem barriga, dobras, papadinha, estilo Tess Munster e Mayara Russi.

10-   O que você acha que está faltando para a moda Plus Sizedeslanchar , e se firmar de vez?
As lojas tradicionais investirem em tamanhos maiores, pois só nos grandes centros que elas investem. Eu como moro no interior de Minas, vejo que falta suprir o público mais gordinho





Beijos

Flavia Candido

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Camila Approbato

Camila Approbato
Modelo plus size, menina mulher, amante da moda, dona de uma confecção plus size, amo atualidades de make e hair,paixão por conhecer lugares, restaurantes,bares, museus e viajar, amo o mundo plus size mais a saúde é primordial! Geminiana super antenada e curiosa!

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Modelo Plus Size, Escorpina geniosa, amante de filmes e séries. Extremante comunicativa para diversos assuntos e tímida quando o assunto é o sexo oposto. Adoro Moda e tudo nela envolvido. Antenada, Uma Geek tentando ser descolada. Vivo em redes socias... então é fácil me encontrar por aí!!
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